Um homem singular, que supera todas as dificuldades físicas e imortaliza, representa e reinventa a alegria festiva de seu povo.
A doença, tragicamente, o priva das pernas, deforma suas mãos e tira parte da visão e da audição, mas nada é suficientemente forte para suprimir sua alegria de viver e sua genialidade. “A arte de Nhozinho destaca-se como um dos mais importantes momentos da produção estética, de caráter popular, no Maranhão” (Roldão Lima, 1979). Retrata as rendeiras, os brincantes, o bumba-boi, os personagens de sua terra, enfim, as exuberâncias do Maranhão.
Desconhecido do grande público, suas imensas miudezas estão espalhadas pelo país em coleções inéditas, muitas das quais vieram a público nesta exposição, organizada para o lançamento do livro que reverencia o homem e o artista.
Patrocinado pela Merck S.A., o Projeto realizado em 2009, apresenta ao público este homem que, superando todos os limites físicos, produziu uma verdadeira jóia artística capaz de encantar pessoas de todas as idades.
O livro Nhozinho – imensas miudezas, editado no formato 20 x 20cm, com 124 páginas e capa dura, é composto por artigos abordando diversas faces da vida e da obra de Nhozinho, em português e inglês e mais de cem imagens de obras e do artista.
Autores:
1) Cláudia Márcia Ferreira e Luciana Carvalho (Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular) – breve biografia de Nhozinho, abordando principalmente a busca pela superação dos limites físicos impostos ao artista pela doença que se manifesta a partir de seus 12 anos;
2) Paulo Herkenhoff (crítico de arte) – leitura da obra de Nhozinho através da visitação à teoria da cultura, tomando com pressupostos alguns aspectos filosóficos e psicológicos a partir de questões levantadas por pensadores como Walter Benjamin, Sigmund Freud e Hegel;
3) Zeca Baleiro (cantor e compositor) – a arte de Nhozinho – de um maranhense para outro maranhense, de um poeta para outro poeta, a paixão pela obra do artista;
4) Lélia Coelho Frota (teórica) – a arte popular e a expressividade da obra de Nhozinho, contextualizando o artista na produção de sua época. Ênfase para a questão da autoria na arte popular, e para a construção de estilo.
5) Maria Michol (pesquisadora e membro da Superintendência de Cultura Popular do Maranhão) – boi de costa-de-mão, estilo da “brincadeira” imortalizado por Nhozinho em sua obra.
Apresentando obras das coleções do Museu do Folclore Edison Carneiro (Rio de Janeiro-RJ), do Museu Nacional (Rio de Janeiro-RJ), do Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro-RJ), da Casa de Nhozinho (São Luís-MA) e de colecionadores particulares como Dora Alcântara (Rio de Janeiro-RJ), Zelinda Lima (São Luís-MA), família Dino e família Nhozinho (São Luís-MA), em grande parte inédita, a exposição conta com mais de 100 (cem) trabalhos do artista.
A exposição apresenta também fotografias e objetos de bumba-boi, manifestação cultural intimamente identificada com o Maranhão e principal tema da obra de Nhozinho.
Fotos de Nhozinho, de seu ambiente de trabalho e ferramentas, e da primeira mostra realizada em São Luís, Maranhão, nos anos 1970, após sua morte, também fazem parte da exposição.
Com narração de Zeca Baleiro, o documentário resgata a vida e a obra de Nhozinho. Imagens de Cururupu, onde passou infância e juventude, e de São Luís onde viveu a maior parte de sua vida; de suas obras; do bumba-boi e daqueles que mantêm viva a tradição do “sotaque” costa-de-mão, entre muitas outras. Depoimentos de familiares, amigos, admiradores e dos autores dos textos, compõem a edição que será exibida na exposição.