Josephine Baker, a Vênus Negra é um espetáculo teatral com texto de Walter Daguerre, direção artística de Otavio Muller, e atuação de Aline Deluna. Misturando texto, dança e música, JOSEPHINE conta a fantástica história de Josephine Baker, artista afro-americana que, com seu talento e suas controvérsias, conquistou o mundo, inclusive o Brasil, quando contracenou com Grande Otelo no palco do Cassino da Urca em 1952, no show “Casamento de Preto”, onde cantavam em dueto a famosa “Boneca de Piche”, de Ary Barroso e Luiz Iglesias.
A história da dançarina, cantora, atriz e humorista Josephine Baker (1906-1975), norte-americana naturalizada francesa que conquistou o mundo com sua arte e talento, apesar das críticas ao seu estilo de vida rebelde e liberal. No palco, a dança selvagem, a sensualidade e o deboche.
Fora dele, a luta pela igualdade racial, a defesa da miscigenação e da convivência harmônica entre os povos.
O mito de Cinderela. Era como Josephine Baker via sua vida: uma menina negra, pobre, nascida em St. Louis, Missouri / EUA, num período de intensa discriminação e segregação racial, que se tornou uma das artistas mais célebres de sua época. Com sua dança selvagem e as caretas que fazia em cena, e posteriormente com seu surpreendente refinamento, tornou-se uma aclamada cantora francesa, mas sem nunca abandonar seu entusiasmo e sua voracidade em cena, valendo-se sempre do humor e do deboche para conquistar e alegrar seu público.
É essa mulher e artista à frente de seu tempo que o espetáculo “Josephine Baker, a Vênus Negra”, com texto de Walter Daguerre e direção de Otavio Muller, pretende apresentar ao público. No papel de Josephine Baker, Aline Deluna que, além de cantar e dançar, se parece fisicamente com Baker. Acompanhando a atriz, o trio de jazz formado pelos músicos Dany Roland (bateria e percussão), Christiano Sauer (contrabaixo, violão e guitarra) e Jonathan Ferr (teclado e escaleta).
Através da dramaturgia, da música ao vivo, dança e humor, “Josephine Baker – a Vênus Negra” aborda questões sociais e culturais em discussão ainda nos dias de hoje, como a discriminação racial, a censura dentro da arte, o valor do saber acadêmico versus o conhecimento prático e a indagação de qual é o papel da arte e do artista frente à sociedade.
Percorrer a vida de Josephine Baker é fazer uma viagem no tempo, quando o jazz, até então “música de negros”, passa a ser reconhecido como arte e absorvido com entusiasmo pelos brancos; é acompanhar, pelo olhar de quem viveu, a busca por seu lugar em uma sociedade organizada e dominada por brancos.
A dança selvagem de Josephine Baker forçou os limites da arte, do improviso, do sensual, do deboche, expressando algo que não se encaixava no saber acadêmico, mas que se criava no seu próprio fazer. Fora do palco ela também lutou, ora valendo-se de seus privilégios de artista para colher informações para o governo de De Gaulle durante a Segunda Guerra Mundial, ora adotando 12 crianças de etnias diferentes, criadas juntas, levando em conta suas diferentes crenças e valores. Josephine as chamava de “tribo arco-íris”, pois reuniam diversas nacionalidades e cores – coreana; japonesa; colombiana; finlandesa; canadense; judaico-francesa; argelina; costa-marfinense; venezuelana; francesa (dois), e marroquina.
“(…) chegamos ao conceito da peça depois de ‘esbarrarmos’ em Oswald de Andrade. Ele e Tarsila do Amaral hospedaram Miss Baker quando ela esteve pela primeira vez no Brasil. Oswald acabou nos influenciando muito e nosso espetáculo ganhou contornos Tropicalista-Antropofágicos. O que tem tudo a ver com Josephine Baker, que defendia a miscigenação, portanto a mistura, como caminho para a harmonia entre os povos.”, conta o autor, Walter Daguerre.
É da atriz Aline Deluna o projeto de levar a vida de Josephine Baker à cena: “Josephine apareceu para mim através de um amigo muito especial, o psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet, como referência para um trabalho que fazíamos na época. Impossível não se impactar e interessar imediatamente por aquela figura magrela semi nua lançando pernas e braços para o ar enquanto revirava os olhos como se debochasse da própria sexualidade. Fui em busca de conhecer mais sobre essa personagem e cada dado novo me fazia ficar mais apaixonada. Palhaça, bailarina, cantora, atriz, militante, mãe, são algumas formas de descrever Josephine Baker, mas o que melhor a define para mim é o amor. A forma amorosa e carinhosa com a qual é lembrada pelas pessoas demonstra não só uma artista deslumbrante, mas um ser humano incrível.”
Otavio Muller optou por usar o palco como uma tela em branco, onde tudo será construído diante dos olhos do espectador: “Aline brinca, não incorpora a Josephine todo o tempo. Mostramos todos os truques – ela recebe o público antes, com roupa normal, e depois vai se montando. Às vezes ela conta a história, e às vezes vive a Josephine. O palco é uma página em branco, e nós vamos, levados pelo talento da Aline. Gosto muito da ideia de o palco deixar a gente sonhar.”
Um trio de jazz acompanha a atriz: Dany Roland (bateria e percussão), Christiano Sauer (contrabaixo, violão e guitarra) e Jonathan Ferr (teclado e escaleta). Eles são também atores, tem suas cenas ao logo do espetáculo e participaram de todo o processo de criação.
Texto: Walter Daguerre
Direção: Otavio Muller
Direção Musical: Dany Roland
Direção de Movimento: Marina Salomon
Elenco: Aline Deluna / Atriz
Dany Roland – Músico (bateria e percussão)
Christiano Sauer – Músico (contrabaixo, violão e guitarra)
Jonathan Ferr – Músico (teclado e escaleta)
Cenografia e Figurinos: Marcelo Marques
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Projeto de Som: Branco Ferreira
Preparação Vocal: Débora Garcia
Visagismo: Guto Leça
Assistência de Dramaturgia: Fabrício Branco
Assistência de Direção e Produção: Luísa Reis
Programação Visual: Cacau Gondomar
Fotografia: Lucio Luna
Mídias Sociais: Leo Ladeira
Direção de Produção: Alice Cavalcante e Ana Velloso
Produção Executiva: Alice Cavalcante, Ana Velloso e Vera Novello
Realização: Sábios Projetos e Lúdico Produções Artísticas
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
REESTREIA: 20 de outubro (5ªf), às 19h30
LOCAL: TEATRO MAISON DE FRANCE . Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro / RJ Tel: (21) 2544-2533
HORÁRIOS: 5ª a domingo às 19h30
INGRESSOS: R$ 50 e R$ 25 (meia) às quintas-feiras e R$60,00 e R$30,00 (meia) às sextas, sábados e domingos / vendas pelo site www.compreingressos.com
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
DURAÇÃO: 80 min
GÊNERO: musical
CAPACIDADE: 353 espectadores
TEMPORADA: até 17 de dezembro