LiLi

A história de amor entre uma mulher à frente do seu tempo e um homem que ousou seguir o seu desejo mais profundo é o tema da peça Lili. Tendo como pano de fundo os anos 20 e 30, a inspiração para criação de Lili, a peça busca explorar a história de um casamento incomum, esse espaço íntimo criado por esses personagens reais, Lili e Gerda, transcendendo os limites de sexo, gênero e localização histórica.

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Informações

Apresentação

Estreia em outubro no Sesc Copacabana.

O presente projeto se debruça sobre os diários de Lili Elbe (publicados em 1931), que deram origem ao livro e filme “A Garota Dinamarquesa”, para criar uma obra livremente inspirada na história de amor, arte e identidade, de Lili Elbe e Gerda Wegener. Escrita por Walter Daguerre, com direção artística de Susana Ribeiro, LiLi é uma peça teatral que coloca em cena dois jovens atores, Darwin Del Fabro e Suzana Castelo, sob a batuta de uma talentosa e experiente equipe de criação que reúne Renato Vieira na direção de movimento, Marília Carneiro nos figurinos, Aurora dos Campos na cenografia, Ricco Viana na trilha sonora / direção musical e Rodrigo Belay na iluminação. A peça vai agradar a jovens e adultos de todas as classes sociais pois vai tratar de temas muito atuais como valorização da mulher, do feminino, identidade, gêneros, o papel da arte na construção do ser na sociedade, tudo isso tendo como pano de fundo esses dois personagens reais tão ricos, e ainda hoje tão modernos e a frente do seu tempo.

História

Lili Elbe (Vejle, Dinamarca, 28 de dezembro de 1882 – Dresden, Alemanha, 13 de setembro de 1931) nascida Einar Wegener, foi uma artista de sucesso, conhecida por ser uma das primeiras pessoas a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual. Após a realização da encionada cirurgia ela, legalmente, abandonou seu nome de nascimento, teve reconhecida sua identidade como mulher, e adotou o nome Lili Ilse Elvenes. Mesmo com seu talento, decidiu abandonar a pintura, por entendê-la como parte de sua existência anterior a ser deixada para trás para se ver independente das memórias da vida de Einar. Embora lhe tenha sido atribuído o sexo masculino ao nascimento, Elbe era intersexual, e tinha características tanto masculinas como femininas. Em 2015, foi produzido um filme sobre a sua vida, cujo título em português é: “A Garota Dinamarquesa” (The Danish Girl), que conta com Eddie Redmayne como Elbe e Alicia Vikander como Gerda, a sua esposa. O filme rendeu a Alicia o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação. Em foco o relacionamento amoroso de Lili e Gerda, e a descoberta de Lili como mulher quando sua esposa pede para que ela pose para retratos femininos quando uma modelo falta à sessão. Gerda Gottlieb nasceu na cidade de Grenaa em 1886. Gerda e Einar se conheceram no Royal Danish Academy of Fine Arts em Copenhagen e se casaram em 1904. Os dois trabalhavam como ilustradores, Einar especializado em paisagens  e Gerda ilustrava para livros e revistas de moda. Mais tarde Gerda se tornou a mais proeminente expoente da arte déco, foi a pioneira no desdobramento das fronteiras de gêneros e repensou o olhar sobre o feminino. Ela revolucionou a forma como as mulheres são retratadas na arte. Historicamente as mulheres eram retratadas por homens, tipicamente vistas sob o olhar masculino, Gerda muda esse olhar ao pintar mulheres fortes e lindas com admiração e identificação – como sujeitos conscientes, não como objetos. A relação entre as duas é muito enigmática, Lili fez a sua transição ainda casada com Gerda (o casamento foi anulado após a cirurgia), e Gerda pintou Lili em vários retratos a óleo, que foram as primeiras imagens públicas de Lili, e que mais tarde se tornaram uma sensação no mundo artístico de Copenhague e Paris. Lili veio a falecer após sua quinta cirurgia de readequação de sexo, em uma tentativa de transplante de útero. Tanto Lili quanto Gerda devem ser lembradas e mencionadas como pioneiras nas questões acerca de gênero. A história das duas representa um legado rico e inspirador.

Sinopse

Dois atores. Dois personagens. Seis personalidades. Dois corpos em cena narrando uma história que se passa em três diferentes países da Europa – Dinamarca, França e Alemanha – na primeira metade do século 20. Mas que também se passa agora, na primeira metade do século 21. Darwin Del Fabro e Suzana Castelo são os atores, os corpos, que encarnam Einar e Gerda Wegener. Einar e Gerda são jovens pintores que se conhecem na escola de belas artes da Dinamarca, se casam e passam a compartilhar uma vida em comum. Darwin e Suzana são jovens atores que se conhecem na escola de teatro e passam a acalentar o desejo de encenar a história de Einar e Gerda. Quando a atriz que Gerda está pintando avisa que não poderá comparecer à sua casa para posar, Gerda pede ao marido que ele lhe sirva de modelo. Einar recusa, mas Gerda insiste pois precisa terminar o quadro. Ela consegue convencer o marido a vestir meias de seda e a postura elegantemente feminina de sua personagem pictórica. É esse evento que simboliza o nascimento de Lili, alter ego que Einar adota e que vai aos poucos tomando conta de sua vida. Até ser impossível para ele esconder que Lili sempre esteve presente dentro de si. E até que Lili decreta o desaparecimento por completo de Einar. Gerda é, inicialmente, a maior incentivadora do surgimento de Lili. Usando o marido como modelo feminino para seus quadros, Gerda cresce como pintora. E sua arte passa a interessar as galerias locais. Esse jogo de travestimento é incorporado à vida íntima do casal, e chega a um ponto sem volta quando Gerda incentiva Einar a ir a um baile vestido como Lili. Lá, a “irmã de Einar” é assediada por mais de um jovem galanteador. As portas da sensualidade feminina são abertas a Lili como um mar de excitação e prazer. O resultado dessa revelação por si só espantosa – há uma mulher em Einar que é bela, sensual, e não quer mais ir embora – é ainda mais surpreendente: não há separação, não há rompimento. Lili é acolhida por Gerda. Não sem sofrimento e dor, é verdade. Mas ainda assim com uma compreensão que só a palavra “amor” pode definir. É esse o ponto que inicia a investigação cênica de Darwin e Suzana. No seu diário, Lili transcreve a seguinte fala de Gerda: “Sabe, eu te amo tanto que eu gostaria que nós dois fôssemos um só.” Curiosamente Lili é um nome que repete a mesma sílaba. A agora Lili Elbe vai à procura de uma maneira de tornar-se, de fato, mulher. E acaba encontrando amparo no Instituto de Ciência Sexual de Berlin. É lá que Lili se submente a cinco operações que fizeram dela a primeira mulher transexual a submeter-se a uma cirurgia genital. O que esse pioneirismo tem a dizer nos dias de hoje, questiona-se Darwin. Seguindo a sugestão de seu cirurgião, Lili passa a escrever um diário contando toda a sua história. Já há nesse ato a plena noção que o que ela está fazendo, não importando o resultado, deixará um enorme legado para aqueles, que como ela, se sabem almas prisioneiras num corpo que não é o seu. E que lutar para atingir a plena felicidade é um direito inalienável de qualquer ser humano. Suzana, por sua vez, aprofunda o que se passa na cabeça e no coração de Gerda. Assim como Einar, a jovem dinamarquesa já trazia dentro de si o desejo de romper com as amarras do afeto? Em certo momento, Gerda declara que quando beijou Einar pela primeira vez, foi como se tivesse beijando a si própria. Suzana investiga também a pintura de Gerda e descobre pistas nas imagens do feminino nas quais a artista se debruçou. Historicamente as mulheres eram retratadas por homens. Eram tipicamente vistas sob o olhar masculino. Mas Gerda mudou tudo isso porque pintou mulheres fortes e lindas com admiração e identificação – como sujeitos conscientes, não como objetos. Em dado momento, Einar se transforma em Lili; Gerda se transforma numa mulher que mantém relações com outra mulher. Darwin é Einar e é Lili. Suzana é Gerda e é essa outra mulher. Darwin e Suzana se desnudam e trocam de personagens. Quem é Lili e quem é Gerda afinal? A dança de corpos desmente que o Ser é definido pelas genitálias. O amálgama do afeto põe abaixo todos os limites.

Ficha Técnica

Texto: Walter Daguerre
Direção: Susana Ribeiro
Elenco: Darwin Del Fabro e Suzana Castelo
Direção de movimento: Renato Vieira
Cenografia: Aurora dos Campos
Iluminação: Rodrigo Belay
Figurinos: Marília Carneiro
Direção musical: Ricco Vianna
Programação Visual: Andrea Batitucci
Fotografia: Lucio Luna
Direção de Produção: Alice Cavalcante
Idealização: Darwin Del Fabro e Suzana Castelo

Livremente inspirado nos diários de Lili Elbe, que deram origem ao livro e filme “A Garota Dinamarquesa”
Realização: Darwin Del Fabro, Suzana Castelo e Sábios Projetos.

Serviço

ESTREIA PARA O PÚBLICO: 02 de novembro (4ªf), às 21h

SESSÃO PARA CONVIDADOS: 05 de novembro (sábado) às 21h

Local: Mezanino do SESC CopacabanaRua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana / RJ Tel: (21) 2547-0156

HORÁRIOS: 4ª a sábado às 21h, domingo às 20h / INGRESSOS: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 5,00 (comerciários) / BILHETERIA: 3ª a domingo das 15h às 21h / CAPACIDADE: 70 lugares / DURAÇÃO: 75 min / GÊNERO: Drama contemporâneo / CLASSIFICAÇÃO: 16 anos / TEMPORADA: até 20 de novembro

OBS: excepcionalmente no dia 12 de novembro haverá sessões às 18h e às 21h, e nos dias 19 e 20 de novembro as sessões serão às 18h.

Equipe

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